29 de novembro de 2009

O Fantástico mundo de Honduras

Estava vendo agora o Fantástico e começou a notícia sobre as votações em Honduras.

Eleições em Honduras tiveram baixa participação.
O candidato X votou em cidade tal.
Nas zonas eleitorais das classes média alta e alta, de apoio às eleições, se esperava altos indices de comparecimentos., já que os candidatos fizeram grandes apelações para que os eleitores comparececem.


A noticia parece coerente, quem está apoiando os golpistas são realmente os as classe média e média alta. Porém a imagem mostrada pelo jornalista é de uma quadra totalmente vazia, como se os apelos não tivessem sido atendidos. Continuando a reportagem...

Estamos aqui num bairro pobre de Honduras, onde a maioria apóia Manuel Zelaya, o presidente deposto. - Vocês votaram hoje? - Não - Não - Não.


De forma curiosa a reportagem também parece coerente, mas as imagens mostram muitas pessoas espalhadas pelas ruas, concentradas, sentadas nos muros. E como é normal nessas reportagens, filmaram uma idosa numa cadeira de rodas que estava votando. Ela indica para outra pessoa que vota por ela: - Vote no Partido Liberal.

Então aparece na tela um jornalista em meio a uma grande festa.

Pesquisas de boca de urna confirmam o ex-guerrilheiro Mujica novo presidente do Uruguay. Seus apoiadores fazem grande festa pela vitória.


Fui perguntar a um grande amigo pelo MSN se ele estava vendo Fantastico. Segue conversa:

@ivanrocha diz: vc viu a noticia sobre as eleições em Honduras?
SaNdRo SaCAmoTO diz: vi sim
@ivanrocha diz: notou algo estranho?
SaNdRo SaCAmoTO diz: não, tava converssando
@ivanrocha diz: o que lembra da noticia?
SaNdRo SaCAmoTO diz: que os cara pensaram que o pessoal da classe média para alta iriam vir votar mas não veio muita gente, uma velhinha não precisava mas fez questão de ir lá.


É lógico que uma amostragem de 1 pessoa não prova nada, mas ficou claro que a intensão da reportagem é parecer que o povo estava apoiando a eleição e não a burguesia, pois muitos países (inclusive o Brasil) vão dizer e já disseram que não reconhecem as eleições em Honduras.

As evidências são claras de manipulação e distorção da notícia. Os Fatos é que as votações tiveram apenas 35% de comparecimento e em alguns lugares chegou a apenas 25% dos votantes. Houveram várias confrontos entre a polícia e manifestações pacíficas como mostrou o Portal Terra AQUI e pela TeleSURTV em espanhol, inclusive com vídeos AQUI.
O comparecimento na última eleição, em 2005 foi de 55%. O voto não é obrigatório em Honduras. Mais informações podem ser vistas no ANOTICIA AQUI.

18 de novembro de 2009

Monocultura

Para iniciar o post de hoje, monocultura, fui buscar na wikipedia o significado de cultura.

"Cultura (cultivar o solo, cuidar) [...] São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período."


Questão agrária, do cultivo do solo.
O agronegócio, cultura capitalista de plantação, é principalmente caracterizado pela monocultura, ou seja, plantação de uma grande área apenas com um produto, entre alguns exemplos podemos citar soja, café, cana de açucar, eucalipto, entre outros. Por ser capitalista seu modelo de negócio é enxuto, utilizando o mínimo de mão de obra para operar as máquinas, que são predominantes. Esses fatos são comprovados pelos dados informados pelo IBGE sobre o Rio Grande do Sul, onde mostra que o agronegócio ocupa apenas 1,7 pessoa para cada cem hectares.
Já a agricultura familiar ocupa 16,1 pessoas nos mesmos cem hectares. No Brasil, a agricultura familiar é 89% mais produtiva que o modelo capitalista e, com apenas 24,3% da área agricultável, participa com 38% do valor bruto da produção.

Pelo lado econômico, o modelo capitalista tem carater monopolista e favorece a concentração de renda e terra, enquanto a agricultura familiar ocupa melhor a terra, aliviando as grandes cidades, fazendo muito mais distribuição de renda. Isso sem comentar que os produtos do agronegócio são para exportação e os produtos da agricultura familiar são para consumo do mercado interno. Vale mencionar que a agricultura familiar é a defendida pelo MST.

E cultura também é a identidade de um grupo num período de tempo. Entre as principais vou me referir a música.
A cultura pop, simbolo do avanço capitalista neste segmento tem características muito semelhantes ao agronegócio. Entre as mais obvias está a concentração de renda e barreiras econômicas para alternativas às grandes corporações, fazendo uma espécie de censura.
Mas outra coisa tão grave quanto no campo, é a implantação da monocultura. Como o objetivo final de uma empresa capitalista é sempre o lucro, os produtos musicais levados ao público tem um padrão bem enlatado, que é repetido incessantemente pelas principais mídias para ser consumido pelo máximo de pessoas. Novamente segue-se o padrão, mais lucro com menos custos, e certamente as empresas querem ter o máximo de lucro com o mínimo de celebridades problemáticas. Além de aumentar o abismo social entre as classes, o sistema capitalista também se mostra ineficaz em reproduzir a diversidade cultural, numa monocultura pop.

Pela contra-mão do sistema, seguem os grupos independentes, que com suas próprias pernas e agora se unindo com características principalmente regionais e agora com o projeto que estou tocando, o MUSIN, tende a usar a união dos pequenos para em conjunto conseguirem evoluir e criarem renda, profissionalizando a arte pela base.

Comparando as culturas fica óbvio o problema social provocado em cadeia quando se tem como objetivo único o lucro. Não vejo nenhum problema em se ganhar dinheiro com música, aliás, vejo como solução esse lucro bem distribuído pelas pessoas que fazem arte em cada comunidade e cidade, representando localmente as suas angústias e ansiedades, suas realidades e progressos, ao invés de uma cultura empurrada através de repetições e inserções em novelas e programas de pequenos grupos dominantes e monopolistas com custos exorbitantes.

9 de novembro de 2009

Retorno ao mundo dos blogs

Após alguns anos afastado do mundo blogueiro resolvi voltar a fazer textos com análises sobre o comportamento humano e o novo momento político da qual estou vivendo como militante do PSOL, além é claro de muito Rap Nacional e da cultura Hip Hop Revolucionária, passando por Linux.